domingo, 23 de maio de 2010

Doenças do aquecimento global

Notícia numa revista " Galileu, O prazer de conhecer"

Para os mosquitos vai ser a festa, para os humanos, o caos.

magine os Estados Unidos tomados por uma epidemia de dengue ou malária, a parte mediterrânea da Europa com surtos de leishmaniose, a América Central e o Sudeste Asiático infestados pelo cólera e o Brasil com mais casos de dengue. O cenário catastrófico, bem pouco provável hoje, pode se tornar real em cerca de cem anos, ou até menos, se a temperatura do planeta continuar subindo no ritmo atual e os países não caminharem com a mesma velocidade para prevenir a proliferação de epidemias — e, claro, não tentarem reverter o processo de aquecimento global. O problema tem motivado estudos em todo o mundo, a maioria com modelos matemáticos, que mostram como as alterações climáticas podem aumentar a distribuição de doenças transmitidas por vetores.

Uma das projeções mais recentes, publicada em agosto na revista médica inglesa 'The Lancet', prevê que até 2085, cerca de 50% a 60% da população mundial — algo em torno de 6 bilhões de pessoas — viverá em áreas de alto risco de transmissão de dengue. Em 1990 essa taxa era de 30% (cerca de 1,5 bilhão). Dois novos estudos sobre cólera também ajudaram a reforçar essa relação entre altas temperaturas e doenças. Os trabalhos, publicados na revista científica americana 'Procee-dings of the National Academy of Science' (PNAS) — baseados em dados de Bangladesh, na Ásia, onde o problema é endêmico —, demonstraram que o aumento da temperatura no Pacífico provocado pelo El Niño tem relação direta com a incidência de epidemias de cólera na região, e que essa influência tem se tornado ainda mais intensa nas últimas décadas.

Desde os anos 50, a Terra sofreu um aquecimento de 0,6 ºC. A previsão do último Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, promovido pela ONU em 2001, é de que a temperatura possa aumentar até 5,8 ºC em 2100 (em relação a 1990). Uma variação de 5 ºC a 8 ºC só seria considerada normal em um período de mil anos, explica o climatologista Carlos Nobre, coordenador-geral do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, órgão do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O principal responsável por esse verdadeiro inferno na Terra é o agravamento do efeito estufa — aprisionamento natural de calor na atmosfera pela concentração de gases, como o CO. 'Estamos vivendo em uma época em que a concentração de gases estufa atingiu um nível nunca experimentado pelo planeta nos últimos 5 milhões de anos. E o homem é o principal responsável.' E, ao que tudo indica, uma das principais vítimas também. Os possíveis efeitos da mudança climática — definida como as alterações nas taxas médias de temperatura de uma determinada região em um longo período — na saúde humana motivaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Conselho Americano de Ciência e Saúde a elaborarem relatórios para investigar as conseqüências dessa relação.

Resumo...

Todos os dias acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as mudanças que estão a ocorrer, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viu mudanças tão rápidas e com efeitos devastadores como tem ocorrido nos últimos anos.

A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão a derreter (factor que pode ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorais). O que pode estar a provocar tudo isso? Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos.

Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está a ocorrer em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.

A desflorestação e a queima de florestas e matas também colabora para este processo.

Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenómeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências em nível global.

Aquecimento global

O Aquecimento global é um fenómenos climático de larga extensão, um aumento da temperatura média superficial global que vem acontecendo nos últimos 150 anos. O significado deste aumento de temperatura é objecto de análise por parte dos cientistas. Causas naturais ou responsabilidade humana?

Grande parte da comunidade científica acredita que o aumento de concentração de poluentes de origem humana na atmosfera é causa do efeito estufa. A Terra recebe radiação emitida pelo Sol e devolve grande parte dela para o espaço através de radiação de calor. Os poluentes atmosféricos retêm uma parte dessa radiação que seria reflectida para o espaço, em condições normais. Essa parte retida causa um importante aumento do aquecimento global.

Aconselho vivamente a visita a este site pois tem lá uma excelente animação que infelizmente não dá para a tirar

http://malhatlantica.pt/cnaturais/aquecimento_global.htm

Quem são os principais emissores de dióxido de carbono?

EUA: 25 por cento
Europa: 19,6 por cento
China: 13,5 por cento
Ex-URSS: 10,2 por cento
Japão: 5,6 por cento
Índia: 3,6 por cento
Reino Unido: 2,5 por cento
Coreia do Sul: 2,2 por cento
Canadá: 2,1 por cento
Austrália: 1,3 por cento

Quais as fontes dos gases com efeito de estufa?

No sector da energia, esses gases são libertados pela queima de combustíveis fósseis, nomeadamente nas indústrias energéticas, industrias manufactureiras e de construção e transportes.
Quanto à agricultura, as substâncias são originadas a partir do cultivo de arroz, agricultura, queima de resíduos agrícolas e de florestas, entre outras fontes.
A incineração de resíduos e a deposição de resíduos sólidos nas terras constituem outras fontes de gases com efeito de estufa

Quais os gases que provocam o efeito estufa?

O dióxido de Carbono (CO2) tem um tempo de duração de 50 a 200 anos e, entre os restantes gases, é o que mais contribui para efeito estufa, com uma participação de 64 por cento;
O metano (CH4) tem um tempo de duração de nove a 15 anos e participa em 19 por cento para o efeito estufa.
O óxido Nitroso (N20) tem um tempo de duração de 120 anos e participa em 5,7 por cento para o efeito estufa.
O hexafluoreto de enxofre (SF6) dura cerca de 3200 anos e contribui em 0.08 por cento para o efeito estufa.
O hidrofluorcarboneto (HFC) dura 1,5 a 264 anos e tem um contributo "negligenciável" para o efeito estufa.
O polifluorcarboneto (CFCs) tem um tempo de duração de 50 a 1700 anos e participa em dez por cento para o efeito estufa.

Efeito de Estufa

O processo que cria o efeito estufa é natural e é responsável pelo aquecimento do planeta.
Certos gases, como o dióxido de carbono, criam uma espécie de telhado, como o de uma estufa, sobre a Terra - daí o nome do fenómeno -, deixando a luz do Sol entrar e não deixando o calor sair.
Se não existisse efeito de estufa, a temperatura da superfície terrestre seria, em média, cerca de 34ºC mais fria do que é hoje.